PRESIDENTE: Ulisses Américo Santiago
CARNAVALESCO: Leonardo Soares
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Carnaval 2009
“O poeta de Madureira... Arlindo Cruz!””
Histórico do enredo:
No Ano de 2009, o G.R.E.S. Unidos de Manguinhos entrará na avenida para prestar uma justa homenagem a um dos maiores gênios do samba brasileiro. Não nos prenderemos a sua biografia, apenas nos basearemos em sua trajetória artística e de uma poesia inigualável. Cantaremos na avenida a melodia encantadora de Arlindo Cruz, autor de grandes sucessos gravados por vários artistas em todos esses anos de sua carreira. Lembraremos do seu início como compositor, quando ganhou festivais em Barbacena e Poços de Caldas, falaremos de sua majestosa passagem pelo Cacique de Ramos e pelo grupo Fundo de Quintal. E como não poderia faltar, em se falando de Arlindo, transformaremos a avenida em uma grande roda de samba.
Dentre tantos sucessos de nosso homenageado, escolhemos o mais recente, para ser o carro-chefe condutor de nosso enredo: “O meu lugar”. Viajaremos pelas ruas de Madureira, bairro onde está o berço do samba, e que foi magicamente cantado por Arlindo Cruz, levando nossa agremiação em uma fantástica viajem por este bairro que pode ser considerado o coração da Zona Norte. É a magia do carnaval se unindo aos encantos das composições de Arlindo Cruz!
Justificativa do enredo:
Incluiremos aqui uma pequena biografia de nosso homenageado, somente para que todos conheçam um pouco de sua história, e para saberem por que Arlindo cruz é um artista digno desta, e de todas as homenagens possíveis.
Biografia:
Arlindo Domingos da Cruz Filho, nascido no Rio de Janeiro em 14 de setembro de 1958. Aos sete anos o menino ganhou o primeiro cavaquinho, Empolgado com o instrumento, esperava ansioso o pai chegar do trabalho para aprender a tocar. Aos 12 já tirava muitas músicas de ouvido, e, como seu irmão Acyr Marques, aprendia violão. Entrou para a escola Flor do Méier, onde estudou teoria, solfejo e violão clássico por dois anos. E já nessa época começou a trabalhar profissionalmente como músico, fazendo rodas de samba com vários artistas, inclusive Candeia, que ele considera seu padrinho musical. Com Candeia, gravou seus primeiros discos, um compacto simples, pela gravadora Odeon, e um LP chamado Roda de samba. Em ambos tocou cavaquinho. Ao completar 15 anos foi estudar em Barbacena MG, na escola preparatória de Cadetes do Ar. Mas não abandonou a música. Cantava no coral da escola. Começava, então, a nascer o compositor Arlindo Cruz, que ganhou festivais em Barbacena e Poços de Caldas.
Quando deixou a Aeronáutica, passou a freqüentar a roda de samba do Cacique de Ramos, que já revelava novos talentos. Ia todas as quartas-feiras, curtir e aprender ao lado de Jorge Aragão, Beth carvalho, Beto sem Braço, Ubirani e Almir Guineto. Outros jovens seguiam o mesmo caminho, entre eles, Zeca Pagodinho e Sombrinha- que viria ser seu parceiro. Os mestres não demoraram a reconhecer em Arlindo Cruz o grande compositor que já se percebia. Logo no primeiro ano de Cacique, teve 12 músicas gravadas por vários intérpretes. A primeira foi “Lição
de malandragem”. Depois vieram outros sucessos, como “Grande erro” (Beth Carvalho), “Novo amor” (Alcione) e tantos outros. Com a saída de Jorge Aragão do Fundo de Quintal, Arlindo Cruz foi convidado a participar do grupo. Foram, então, 12 anos de dedicação e sucesso. Neste período, gravou com quase todos os artistas do Pagode e deu as músicas mais lindas do Fundo de Quintal: “Seja sambista também”, “Só pra contrariar”, “Castelo de cera”, “O mapa da mina”, “Primeira dama”. Zeca pagodinho gravou, “Bagaço da laranja”, “Casal sem vergonha”, “Dor de amor”, “Quando eu te vi chorando”. Beth carvalho transformou em sucessos: “Jiló com pimenta”, “Partido alto mora no meu coração”, “A sete chaves”. Reinaldo gravou, “Pra ser minha musa” e “Onde está”. Arlindo Cruz tem mais de 550 músicas gravadas por diversos artistas e é considerado o responsável pela proliferação do Banjo no samba. Arlindo cruz saiu do Fundo de Quintal em 1993 e começou uma carreira solo, logo depois fez parceria com Sombrinha e com Zeca Pagodinho. Hoje em dia está em carreira solo. Arlindo revolucionou o samba com a sua maneira de compor, cantar e tocar seu banjo, com seus floreios que deram outra roupagem para o samba. Salve Arlindo Cruz, como já disse a madrinha Beth Carvalho, o nosso novo Candeia !!!! Axé!
Sinopse do enredo:
Existem lugares que são especiais, tem certa magia, certo esplendor que tem a alma de um povo como alicerce. Lugares onde os sonhos são possíveis, as lutas são grandes e as vitórias suadas... Mas as pessoas não desistem e constróem ali seu castelo, sua fortaleza. Tom Jobim cantou a alma da Zona Sul em “Copacabana”, Gilberto Gil cantou “O Rio de Janeiro continua lindo...” (Aquele abraço). Existem pessoas que tem o Dom de reconhecer estes lugares, e a sensibilidade de descrevê-los de maneira singular. Pessoas que tornam estes lugares nossos, que nos mostram através de sua arte estes ‘mundos’ que estão à nossa volta... E o mestre Arlindo Cruz nos surpreende com “O meu lugar”, composição que canta a alma da Zona Norte carioca, exaltando as peculiaridades de “Madureira”.
E entorpecidos pela beleza da composição homenagearemos este artista e este bairro que traduzem um pouco da alma do carioca, da alma do brasileiro. A fé, a cultura e a religião, a cerveja gelada, o gingado da mulata, o pagode na mesa de um bar.
O samba da Portela e do Império Serrano, escola de coração de Arlindo Cruz, com seus mitos e seus encantos “... Ah! O meu lugar...” Nosso lugar, onde todos são bem recebidos “... É caminho de Ogum e Iansã...” Este lugar dos terreiros, dos católicos e dos protestantes. Lugar onde cada esquina é possível ouvir uma poesia “Arlindiana”. “... É sorriso de paz e prazer, o seu nome é doce dizer...” Madureira de seus poetas imortais, onde a Unidos de Manguinhos busca inspiração para fazer seu carnaval.
“... Quem não viu Tia Eulália dançar, Vó Maria o terreiro benzer...” É divino o “Jongo da Serrinha” e as quadrilhas nas noites de São João.
“... Ai que lugar, tem mil coisas pra gente dizer, o difícil é saber terminar...”
É impossível terminar se não falamos ainda do “Mercadão”! “... E no Mercadão você pode comprar, por uma pechincha você vai levar, um dengo, um sonho pra quem quer sonhar...” Conhecido como o maior mercado popular da cidade, sua importância econômica não é maior que a afetiva, sendo ele motivo de orgulho e uma referência importante para toda a população. O “Mercadão” é a atração mais conhecida e a que mais projeta o nome de Madureira para fora de suas fronteiras.
“... E quem se habilita até pode chegar...” Viajaremos também sob as colunas de seu mais famoso viaduto, o Negrão de Lima, onde acontece o espetáculo do “Basquete de rua”, e seus bailes que atravessam as madrugadas de sábado. E as quartas-feiras a noite fica mais colorida, é a prova da diversidade do bairro, pois é realizada em uma de suas ruas o encontro que já é conhecido em toda cidade como a “Quarta Gay”. Povo de uma alegria encantadora, gente da gente. No futebol... Madureira Futebol Clube com a sua torcida apaixonada.
Na mesa de um bar é fácil encontrar, regado a cerveja, a diversão nos jogos de cartas “... Tem jogo de ronda, caipira e bilhar, buraco, sueca pro tempo passar...” Não poderíamos esquecer o jogo do bicho “... E uma fezinha até posso fazer, no grupo dezena centena e milhar, pelos sete lados eu vou te cercar...”
E é assim que entraremos na avenida, não faremos a narrativa histórica de Madureira, usaremos a alegria contagiante descrita nos versos do poeta Arlindo Cruz para homenagear a alma da Zona Norte carioca. Com a força de nossa comunidade exaltaremos este bairro que está logo ali, “... Em Madureira...” Ao lado da Intendente Magalhães onde realizamos nosso desfile.
É com a força de Madureira e a poesia de Arlindo Cruz, que pisaremos na avenida, cantando a poesia, o amor a arte, a cultura e a religião. Com a força dos “Seres de luz”, seguiremos caminho e faremos um grande desfile para seguirmos “Rumo à Sapucai”. Num verdadeiro sonho de amor e respeito à Madureira e a Unidos de Manguinhos!
Leonardo Soares